26 de julho de 2010

4° Encontro Mineiro de Parkour.

  Bom como toda a comunidade do parkour sabe, nos dias 17 e 18 de julho ocorreu em Belo Horizonte o encontro mineiro de parkour. Onde alem das presenças ilustres de Stephane Vigroux, Chris "Blane" Rowat e Dan Edwardes, ocorreram oficinas, workshops e o famoso treino Hellnight.
  Aqui de Blumenau apenas 3 tracers conseguiram prestigiar o evento. (Eu, Timoteo e Jean) Uma pena tendo em vista todo o conhecimento e experiência que o encontro ofereceu, varias outros tracers da cidade deveriam e obviamente queriam muito ter ido. Mas devido a horários de trabalho e disponibilidade financeira só nós três conseguimos ir, ao pessoal que não foi vou tentar expor aqui o máximo de informação sobre o que vivenciamos por lá.

Bem, saímos aqui de Blumenau as 5:30 da manhã de sexta feira (dia 15). Chegamos em BH aproximadamente as 11horas da manhã e as 13h já estávamos no alojamento do mineirinho (onde passaríamos 6dias), as 14h de sexta feira já estávamos a procura de picos e locais de treino próximo do alojamento.

                                                           (Alojamento Mineirinho)

Encontramos uma praça na beira da lagoa da pampulha, chamada pelos tracers locais de praça do coco, um local otimo para treinar run, escaladas e tudo que é movimento. Um local perfeito, se não fosse o cheiro desagradável de coco que a praça tem...ahahahah. Mas tendo em vista a riqueza de obstáculos e movimentos que a praça oferece o desagradável cheiro é insignificante e o local para mim um dos mais surpreendentes de BH para praticar parkour.

                                                         (Praça do coco)

 Treinamos a tarde inteira e aproximadamente as 18hrs apreciamos o deslumbrante por do sol que tem a lagoa da pampulha, o por do sol mais belo que já vi em minha vida. Agradeço muito aos meus amigos por estarem lá todos cansados do treino apreciando a visão comigo. Só estando lá para entender o que falo, "o melhor dia da minha vida".  (hahaha)



Ao escurecer fomos em busca de um mercado onde poderíamos comprar nossa janta, café da manhã de sábado e algumas frutas para toda semana. Andamos muito até achar um mercado, compramos algumas coisas e as frutas conseguimos comprar em um sacolão próximo do mercado onde era um pouco mais barato. Chegamos no alojamento aproximadamente as 23horas, cansados e sujos. Após tomar banho e comer fomos dormir ansiosos para o primeiro dia do encontro.

Acordamos no sábado as 07:30 da manhã, conversamos um pouco e chegamos na UFMG as 9hrs onde fizemos o credenciamento e um treino livre na faculdade até o meio dia. Almoçamos no mercado que tinha ao lado do encontro e as 13horas voltamos a UFMG, foi quando avistamos simplesmente ícones e referencias para nós desde que começamos nossa historia no parkour. Comprimentamos o Vigroux, o Blane e o Dan.  Estávamos pasmos e abobados com a situação, por nossa vivência dentro do parkour não ser tão antiga nunca imaginamos estar lado a lado com tais referencias.


Tiramos fotos com eles para recordar o momento, ou melhor, fingimos que tiramos foto mais filmamos. Tipo aquela brincadeira que aparecia na TV onde os famosos ficavam na posição de foto mais estavam sendo filmados...hahaahahah...ainda não acredito nisso...

Logo após os organizadores do evento separaram todo o pessoal em 7 grupos (acho que eram 7, não me lembro direito disso...) e cada grupo passava por uma estação de treino. Por exemplo: estação 1 treino de precisions, estação 2 treino de monkey e assim por diante. Sempre sobre a supervisão de 2 tracers formados no ADAPT, volta e meia aparecia o Vigroux ,o Dan ou o Blane para acrescentar algo no treino. Tipo coisa de sonho, nós ali seguindo o treino puxado pelo pessoal que realizou o adapt e derrepente aparecia os caras para dar umas "dicas" interessantes. No final do treino puxado fizemos um circulo e puxados pelo Dan realizamos uma serie de exercícios de relaxamento, logo após o Blane explicou a brincadeira do "fazendeiro" e das "cenouras", com a qual nos divertimos um bocado! Jean, quase fosse uma das  ultimas cenouras, mas não precisava morder a calça de ninguém né...putz...como eu ri...ahahhaha


Aprendemos muitas coisas novas nesta experiência e reforçamos alguns conceitos que estavam meios abstratos em nossa mente, coisas como o Vigroux sempre focando o silencio no treino, o Blane sempre querendo mais físico e o Dan cobrando maior perfeição nos movimentos eram situações constantes.
Fato curioso foi que sempre que alguém que puxava o treino berrava "started together" os outros que executavam o treino berravam  "finished together"", antes de presenciar este fato eu era um grande critico de ter que berrar essas coisas, ainda mais em inglês. Mas com o passar do tempo e da experiência passei a gostar e respeitar, no treino era motivante e a união do grupo que estava ali focado treinando e se ajudando ficava maior a cada grito. Na minha opinião se fosse um berro em português de "Juntos começamos" e outro de "juntos terminamos" seria bacana e usual nos treinos puxados aqui no Brasil.

Aproximadamente as 18hrs terminamos o treino puxado pelo pessoal do ADAPT e as 19hrs já iria começar o treino "Hellnigth" do Blane. Já estávamos cansados e não tivemos tempo para ir comer pois não queríamos correr o risco de perder o Hellnight. Enfim, começamos o treino cansados, com fome e com muita emoção/apreensão de finalmente presenciar esse famoso treino.
Sobre o hellnigth, é um treino muito pesado e exige muito psicológico, muito psicológico mesmo!

O fato que mais me marcou neste treino foi estar realizando um quadrúpede, exausto, quase desistindo e do meu lado passar Stephane Vigroux berrando: "Ale, Ale, Ale, Ale". Diferente daqueles berros que o pessoal da nos treino físicos para tirar energia de onde não tem, os berros do Vigroux eram para quem estivesse do lado dele não desistisse. Sempre que ele passava por alguem quase parando ele berrava, um exemplo de lider e caracter, a imagem que ele me passou foi de uma pessoa que defende a essencia do parkour por ter dentro de si a mesma essencia. Era um exemplo assim que me faltava,  infelizmente coisas assim nunca iram aparecer em videos.

Não irei dizer como o Hellnigth terminou, prefiro deixar a mente de cada um criar uma situação diferente e alimentar a curiosidade sobre este EXCELENTE treino. Digo apenas que o treino é pesado e que todas as pessoas que participaram chegaram ao seus limites fisico e mental, os que desistiram, desistiram por não ter mais nenhuma condição fisica. Por não ter mais como dar o proximo passo, por não aguentar o proprio corpo ou por não aguentar a propria mente. Muitos desistiram e levaram consigo a certeza de ter chego no limite fisico ou mental do seu corpo, outros tantos guerreiros chegaram ao final com TODO merecimento possivel. Os que terminaram são completos guerreiros, tem cabeça de guerreiro e coração de guerreiro.
Ah! Blane, Vigroux e Dan fizeram com folga o helnigth. Provando o porque de serem quem são na comunidade do parkour, independente de terem descansado antes do treino ou não, são quem são por puro merecimento.

Terminamos o Hellnigth e nos dirigimos famintos ao mercado para comer, eu e o Timoteo estavamos passsando mal quando comemos. Tentamos comer mais devagar mais enfim, tava complicada a situação. O Jean tava tranquilo nesse sentido, mas igualmente exausto e faminto.
Chegamos no alojamento aproximadamente as 23horas de sabado, tomamos banho e nos jogamos na cama conversando sobre o que tinhamos feito. A sensação neste momento foi indiscritivel, um misto de exaustão com felicidade e ancia pelo dia seguinte de treino.

Domingo acordamos as 9horas da manha e chegamos no encontro as 9:40 para as 10horas começar a mostra de videos e bate-papo com o pessoal da Parkour Generations. Tudo ocorreu de forma bacana, com varias perguntas interessantes. Após o bate-papo almoçamos e descansamos um pouco para realizar o desafio pk max, onde cada grupo de pessoas recebeu um desafio...o dia terminou com um ar de satisfação por temos vividos tudo aquilo que nos ultimos dois dias vivemos.

Agradeço muito a PKMAX pela excelente organização e pelo empenho despendido para tornar tudo o que vivemos ali real, um encontro perfeito, desde os alojamentos disponibilizados até a excelente localização do encontro. Muito obrigado mesmo, não tenho palavras para agredecer o que vivi graças a vocês.

O encontro terminou e a segunda feira chegou, acordamos as 9horas da manhã e fomos até a lagoa da pampulha dar uma volta no estilo turista de ser. Fomos até a igrejinha da pampulha e alem de conhecer toda a historia do local descobrimos uma arvore perfeita para escalar e se movimentar, ficamos na arvore até o meio dia e fomos comer. Descobrimos um restaurante otimo de frente com a lagoa, um local rustico e muito acolhedor onde servia um almoço acessivel financeiramente alem de um otimo atendimento.
                                                    (arvores maneiras..ahahahah)

Comemos e continuamos a andar pela lagoa, quando vimos ja haviamos andado uns 7km, foi quando decidimos dar a volta na lagoa para conhecer as obras do arquiteto Niemayer, alem de varios locais otimos para o parkour. A caminhada foi de aproximadamente 20km, conversamos muito no trajeto e colocamos varias ideias em ordem na nossa mente. Chegamos no alojamento novamente as 23horas e novamente estavamos exaustos, foi ai que percebemos que para nós ferias bacana de lazer tem nome de treino pesado...hahahaha.


                                      (Igreja São Francisco de Assis, ou Igrejinha da Pampulha)

Nessa altura nosso corpo ja estava completamente surrado de tanto treino, mas nos sentiamos bem e provavelmente neste quarto dia(segunda feira) nosso organismo ja estava um pouco mais acostumado com o treino diario.

A terça feira chegou, como ainda não tinhamos visitado o centro da cidade foi para lá que fomos. Antes tomamos café em um padaria proxima ao alojamento, onde pedimos aquele pingado(café) e aquele pão de queijo mineiro só para alegar nosso dia..ahahahah.
Quando chegamos no centro fomos em uma lan house fazer contato com nossos familiares e verificar os locais onde iriamos treinar e visitar naquela tarde de terça, comemos em um restaurante aconchegante proximo da lan house. Logo após fomos a famosa Praça da Liberdade, ao Parque municipal
e a uma loja de artesanato mineiro comprar lembranças para nossos familiares. Voltamos novamente as 23horas, novamente sujos e novamente cansados...hahahaha.

                                                                (Centro de BH)

Conversamos e rimos muito enquanto comemos aquele miojo cru e aquele pão com banana no caprixo, acordamos quarta feira as 8hrs da manha e fomos ao aeroporto onde passariamos o dia. Dai vale a pena lembrar o momento em que nosso amigo Jean chamou a aeromoça de "minha neguinha" e pediu tudo que tinha direito para comer...hahaha..inesquecivel!

Pegamos o avião e no aeroporto de Campinas-SP nos separamos, Jean e Timoteo seguiram para Curitiba onde vão treinar até domingo. Eu peguei avião para navegantes pois tive que voltar para na madrugada da mesma quarta feira trabalhar, infelizmente não consegui prolongar minha folga por mais tempo, mas fico feliz por poder ter aproveitado tudo da forma que aproveitei. Hoje, quinta feira, escrevo este texto enquanto trabalho. Me recordo dos bons momentos vividos por nós três em BH e desejo que meus irmãos cansem muito treinando e se divertindo em Curitiba. Foram momentos inesqueciveis para mim, tanto enquanto não aguentava mais meu corpo no Hellnigth quanto o por do sol inesquecivel e tranquilo da Pampulha.
Momentos unicos onde nós dormiamos consados rindo e acordavamos dispostos rindo, todos os 6 longos e prazerozos dias! Sempre com uma piada idiota nova na mente e um desafio novo pro corpo.

Ok, Guys, ok...





-LeandroLudwig

23 de julho de 2010

Frente a frente com o obstaculo - Coragem.

  Comecei a ler hoje um livro chamado "A semente da vitoria" do autor Nuno Cobra, li em alguns tópicos de comunidades indicações referentes ao livro e hoje enfim decidi loca-lo da biblioteca da universidade.
  No inicio do livro me deparei com uma informação interessante sobre coragem da qual nunca vi ou li em parte alguma, se trata de uma maneira diferente de abordar a coragem quando nos deparamos com grandes desafios.

  Segue abaixo um trecho do livro que acho importante destacar e compartilhar aqui:

"Essa atitude corajosa e decisiva de enfrentar os mistérios do rio, sem enxergar direito em que abismo caudaloso me lançava, fazia com que controlasse minhas emoções e tirasse, sem saber de onde, a necessária coragem que ia aumentando minha confiança e, acima de tudo, dando têmpera a meu carácter.

Foi quando aprendi com Pexexa minha grande e profunda lição. Ele me ensinou que coragem só é mesmo coragem quando sentimos um imenso medo. Dizia ele que, quando nos arremessamos a fazer alguma coisa que em principio exige coragem, deve existir junto uma dose de medo, senão a empreitada se revela irresponsável. Pode-se estar diante de uma loucura, de um desatino ou estupidez.

A coragem é justamente sentir o medo que enrijece a alma e o poder de enfrentar o desafio serena e positivamente. Dizia ele que o medo faz parte da historia, é necessário para acordar o organismo e fazê-lo reagir com todos os seus recursos.

Naquela situação ameaçadora, o rio ficava com uma cara tão feia que eu tinha que solicitar do meu espírito o máximo envolvimento para oferecer ao corpo a força necessária a dar conta do recado. Percebia que um coquetel de estimulantes invadia minha corrente sanguínea, permitindo-me reagir com cada milímetro dos meus músculos e toda a minha astúcia. Podia, dessa maneira, sentir claramente o valor de uma verdadeira coragem.

Era a emoção me ajudando, me impelindo com tal poder que só assim eu conseguia a determinação necessária para enfrentar o estupendo desafio.
Tinha de ter a maior concentração. Nada podia estar em desatino em mim. Nenhum fio de dúvida podia atravessar meu cérebro. Apenas a absoluta certeza que eu venceria. Qualquer vacilação representava risco de vida.

Foram essas oportunidades de enfrentar meu espírito, antes acomodado e inibido, que fizeram com que me soltasse por inteiro e me tornasse dono absoluto do meu corpo, fixado agora em uma nova verdade, resoluto e decidido.

Essas aventuras do meu espírito integrado com meu corpo moldaram meu carácter na rudeza das provas e fixaram de forma indelével minha personalidade. A necessidade de superação constante dos obstáculos anteriormente intransponíveis mostrou ao meu espírito suas possibilidades e seu verdadeiro poder.

Isso provocou uma mudança radical em meu comportamento. Com a auto-estima fortalecida, ganhei nova disposição para haver-me com meus medos e fiquei apto a enfrentar com coragem tudo o mais que viesse desafiar-me."

Autor: Nuno Cobra
Livro: A semente da vitória.


 Continuo lendo o livro com a expectativa e o animo reforçado a cada pagina, assim que novas informações forem surgindo volto a compartilha-las aqui.
 Outro titulo genial para quem busca um pleno entendimento do corpo e da mente se chama "O atleta interior" do autor Dan Milman, este para mim é um perfeito livro de bolso para todos os tracers interessados.

Como diz no inicio do livro que estou lendo:
"Chegar ao cérebro pelo músculo e ao espírito pelo corpo."

Bons treinos a todos nós!

12 de julho de 2010

Motiva a ação.

  Todos nós temos nossas individualidades, aquilo que nos diferencia da multidão e nos torna quem realmente somos. Temos nossas facilidades e na mesma intensidade nossas dificuldades. Se é difícil ser bom em tudo, é impossível ser ruim em tudo. 
  No parkour, nossas individualidades podem ser evidenciadas facilmente, basta olharmos pro lado e analisarmos as individualidades do nosso companheiro de treino. Sabe aquele precisão de 12 passos, que seu amigo consegue fazer sem nunca ter feito um treinamento de impulsão para isso? Pois é, ele é diferente, tem uma técnica diferente ou simplesmente adora fazer um movimento que você, assim como a maioria, detesta fazer. Ele gosta de treinar precisão, você não. Ele detesta treinar cat, você adora. Ele é assim, você é assado.

  Mas e quando sua individualidade não possui facilidades dentro do parkour? Você não consegue fazer aquele precisão, tem um psicológico fraco e não tem a menor desenvoltura para praticar parkour. Bate um desanimo né? O primeiro pensamento que vem na mente é desistir, partir para outra mais fácil e fazer aquilo que você leva mais "jeito". E derrepente, sem aprender uma das principais lições do parkour, você partiu pra outra. Não teve a persistencia que todo tracer tem que ter e simplesmente desistiu de treinar, primeiro obstáculo, primeira desistência.

  Mas se você conseguir, ao iniciar seus treinamentos no parkour, manter o mínimo daquela persistencia tão necessária em vários aspectos da vida, jamais cometa o erro de desistir e partir para outra por não conseguir realizar movimentos com facilidade. Conheça sua movimentação, seu tempo, seu corpo, e então meu amigo, persista!
  Você não precisa fazer movimentos incríveis, que um "astro" do parkour faz, para ser feliz  no parkour. O incrível que vemos nos vídeos do YouTube é circustancial, um movimento simples para a maioria, se torna um movimento incrível quando feito por alguém que suou muito para conseguir fazê-lo. Alias, não são os movimentos nem as facilidades que são incríveis, no parkour o mais incrível é a superação.
  A desistência é algo tão deprimente, que sinceramente, doí no peito  ver alguém desistindo dizendo que não leva jeito. Acreditar que não se leva o famoso "jeito" e partir para outra mais fácil achando que naquela "pratica mais fácil" você não terá dificuldades, é triste e ilusório.


  Eu sei que é difícil entender esse negocio de superação e persistencia quando não se é considerado bom em nada pelas pessoas nos treinos, é muito difícil você treinar firme e raramente escutar: "boa! isso ai cara!".
  É difícil se manter na pratica quando incentivos sinceros e expontaneos não aparecem, os incentivos geram motivação e a motivação é a chave para superação. Principalmente no parkour, onde você não ira ganhar medalhas para motivar sua rotina de treino. É essencial buscar em fontes mais puras o incentivo que trará sua motivação, é essencial!
  Mas como conseguir o incentivo que lhe motivara e lhe ajudara a encontrar seus limites individuais, como conseguir esse incentivo sozinho, sem precisar de uma plateia ou de uma pessoa para lhe incentivar?
  Estas perguntas meu amigo, admitem diversas respostas. Mas o que vejo com maior frequência, são pessoas buscando nos vídeos de seus movimentos alguma motivação. Pessoas que treinam parkour para colocar vídeos na internete e ganhar o máximo de palavras de incentivo que iram lhe motivar em seu treinamento. E dai, isso é errado?
  Claro que não, mas é um incentivo dependente de algo e alguém. Se você não puder mais fazer vídeos, o que ira lhe incentivar e lhe deixar motivado para praticar parkour? Este é o ponto em que quero chegar, qual sua real motivação?



  Acredito que o real incentivo, que deve guiar e motivar os treinos, tanto de quem inicia no parkour como de quem já esta a um tempo envolvido, é buscar o sentimento e o amor por detrás de seus movimentos. Parece aquele tipo de dica bonitinha que na pratica não funciona, mas acredite, este é o segredo de se manter motivado a longo prazo, seja no parkour ou não.
  Veja as pessoas que trabalham fazendo o que amam, trabalham melhor pois tem o prazer de diariamente tentar se superar. Um vendedor, que ama vender, tenta diariamente bater os índices de vendas, pois ele ama o que faz e quando se supera se sente bem. Mesmo quando ele não é um bom vendedor e não consegue bater os índices de venda, ele levanta a cabeça e tenta superar no dia seguinte. Ele entende que não pode superar suas habilidades todos os dias, mas deve e quer tentar supera-las diariamente. Isto lhe incentiva, e a cada venda que faz, sua motivação atinge níveis os quais tentara melhorar o resto da vida.

  Mas por favor, não confunda: "amar o que faz" com "fazer bem". Muita atenção meu amigo, você pode tropeçar e demorar muito tempo pra se levantar. O vendedor que citei anteriormente pode não ser um bom vendedor, mas ele ama vender e a cada venda que realiza, por menor que seja lhe incentiva e lhe mantém motivado a continuar e persistir. Com o praticante de parkour é a mesma coisa, o segredo não é gostar de fazer movimentos incríveis ou ter facilidade em faze-los. Mas sim amar a movimentação e treinar para melhora-la, não por dever mas por prazer.
 



  Antes de escrever este texto eu tinha varias razoes para fazer parkour, nunca tinha parado pra pensar no que realmente me motivava. Eu achava que sabia, assim ia levando meus treinos. Pensava que era para me superar, para encontrar meu limite, para buscar a liberdade. Enfim, eu nem pensava muito nisso, queria era alcançar a gradativa superação. Foi quando recentemente me deparei com um obstáculo alem das minhas capacidades, no começo pensei que podia supera-lo, eu queria supera-lo. Foram dois dias, eu estava lá, frente a frente com o obstáculo, vou ou não vou?
  Mas não era a hora, baixei a cabeça e falei rindo que faltava treino. Foi nesse momento que comecei a me questionar, era uma obrigação alcançar minha superação com o treino pesado, que venho realizando, ou um prazer? Antes era uma obrigação, hoje vejo e entendo como prazer. Hoje compreendo um pouco mais a minha movimentação e o que me motiva a me movimentar, estou motivado a trabalhar, a estudar e a treinar. Talvez seja esta a verdadeira essencia do parkour, apenas um motivo para você se movimentar.




-LeandroLudwig.

6 de julho de 2010

Procure entender.


A vida é realmente algo incrível, em um determinado momento você esta no paraíso rindo abestalhado com seus amigos e de repente, como se nada na vida durasse tempo o bastante para se aproveitar, vem um novo conceito e seu mundo desmorona. Você então se vê a beira de um precipício, dar um passo a frente e acabar com tudo, ou voltar e buscar entender este novo conceito?

Na beira deste abismo, fecho meus olhos e penso naquela tarde ensolarada que nunca retornara, estávamos lá, na sombra das árvores, rindo da vida e seguindo nosso caminho. Um flash vem em minha mente e lá estamos nós novamente, debaixo de um temporal. Incrível como não tinha tempo ruim né, não pensávamos nas guerras e suas causas, não pensávamos nas teorias e conceitos inovadores ensinados na faculdade, pensávamos somente no aqui e no agora. Era simples, ingénuo mas puro.

Hoje, tudo isto é apenas uma doce lembrança, que guardo com carinho no peito. Criei meus conceitos e você, meu amigo, meu parceiro de truco, meu irmãozinho, você criou os seus conceitos. Nós acreditávamos que seguiríamos eternamente o mesmo caminho, lembra cara? Hoje eu busco a eficiência e você a pureza, eu busco a arquitetura e você as leis. Eu penso em mudar este mundo e você luta para sustenta-lo. Algo no ar me faz acreditar que somos rivais, deve ser um vírus, hoje em dia é tão comum não é.

E nosso caminho, meu amigo? Bem, nossos caminhos estão sendo orientados por conceitos divergentes.
Consequentemente ja não são os mesmos, e raramente se cruzam. Abro meus olhos e do outro lado do precipício vejo você, meu velho amigo. Você já não é mais o mesmo, esta com outro olhar, outro rosto, outra feição e outros amigos. Eu me pergunto: o que aconteceu? Como aconteceu? Quando aconteceu? Você lá, eu aqui. Como?

É meu amigo, lentamente nossos conceitos nos afastaram, lembra quando nos conhecemos? Eu escutava e respeitava as loucuras que você dizia, apesar de não concordar, eu te apoiava, ah essas lembranças...
Hoje, as idéias inseridas em nossas mentes pela sociedade nos fazem crer que somos rivais, onde fomos parar não é? Será que eu te mataria para mudar o mundo? você me mataria para mante-lo? Até onde iremos levar nossos conceitos e nossos ideais? Vamos coloca-los acima de nossas famílias assim como colocamos acima de nossas amizades? Vamos?

Não meu amigo, nossos conceitos não são verdades absolutas. Por mais que tenhamos nossos objetivos pessoais, nossas aspirações e nossas divergências, seja no parkour ou na vida. Estes são apenas pontos de vistas pessoais, que criamos por obviamente perceber o mundo por uma perspectiva diferente. Não são, nem nunca serão, verdades absolutas as quais temos que colocar em primeiro plano, independente do que for. São conceitos meu amigo, apenas isto. Parkour é eficiência? é liberdade? Este é seu conceito, somente isso.

Verdade absoluta é a família, é a amizade e o amor. Estas sim são verdades absolutas, que devemos defender e lutar para manter acima de tudo. Como podemos ser tão ingénuos a ponto de perder uma amizade ou um amor, por defender um conceito pessoal?

E não me diga que falta respeito, o que falta ai é entendimento! Falta entendermos que pessoas diferentes, tiveram vidas diferentes e por isso tem visões diferentes. A partir do momento que as pessoas entenderem que realmente não são iguais, não vai ser mais necessario se falar em respeito. Respeito tem as pessoas que não entendem e não procuram entender, aquelas que falam "eu nao concordo com você, mas respeito". Respeita uma ova, só não entende e não quer discutir.

O que falta, no parkour e na vida, é o pessoal buscar entender. Mesmo que muitas vezes não concordemos com algo, temos que procurar discutir como aquilo funciona, argumentar o porque de ser assim. Estudar muito e buscar respostas, porque entendimento nenhum ira cair do ceu.
Enfim, se todos nós procurarmos entender nosso irmão, nosso amigo e nosso inimigo, o abismo existente entre nós ira sumir (ou pelo menos diminuir) e o falso "respeito" tão presente nos relacionamentos atuais será substituido pelo pleno entendimento. 





Enfim, isto é apenas meu conceito, procure entender.

Abraços e bons treinos.


-LeandroLudwig