14 de abril de 2008

O poder da concentração.



Milhares de vezes em nossos treinos, nos deparamos com vários obstáculos dos mais variados níveis de dificuldade. Quando tentamos algo novo, pesa sobre nossos ombros: o medo, a coragem, as consequências e o desejo de conseguir faze-lo.
Neste exato momento, em que tudo isso pesa em nossas cabeças acabamos pensando em nossas famílias, em nossos amigos, em nossas vidas e principalmente na nossa saúde. Momentaneamente tudo se reproduz em nossas mentes, pesando a favor ou contra a tentativa.
As vezes em certos movimentos devemos ter consciência, que certo erro pode ser fatal. E
de tal forma acabar não só com nossas vidas, mais também com a de nossos irmãos, amigos, pais
e etc.
Vale a pena arriscar as nossas vidas e consequentemente a de quem amamos em um perigoso
salto de precisão!? Acredito que tem coisas muito mais belas e maravilhosas a serem aproveitadas na vida que um mero salto de precisão. Sim, arriscar é necessário, porem, não devemos arriscar para provar algo ou tentar ser "o melhor". Não à nada de mal em esperar um pouco, treinar mais, sentir insegurança e cautela muitas vezes torna-se uma virtude!

Enfim, quero falar aqui do momento zero, aquele momento em que você decide executar um novo movimento e o tenta faze-lo. Neste exato momento em que você vai executar o movimento, é de indispensável importância que você focalize apenas naquele momento, apesar da importância dos amigos da família e de sua vida depois de começar a execução do movimento, não pense em nada!
Você deve deixar sua mente vazia! Não pense em conseguir, não pense em cair, apenas, não pense! Você verá que não pensar, é o maior e mais eficaz método de concentração. De valor a sua vida, obviamente PENSE muito antes de executar um movimento perigoso, mais depois de inicia-lo jamais cometa o erro de desistir ou parar no meio da execução por que "pensou" que não iria conseguir, acredite: isto pode acabar com a vida de muita gente...



Autor: Leandro Ludwig

7 de abril de 2008

Medo, escute - o!




Hoje quando fala – se sobre parkour ou discute – se de alguma forma sobre a prática, logo entra em cena e passa a fazer parte do centro da conversa um velho amigo : o medo!
Tanto é, que existem centenas de artigos sobre este tema relacionando – o ao parkour.(e aqui vai mais um!!)
Mas então, o que seria o medo? Pra que serve o medo? Seria ele realmente o pior inimigo de um traceur? Bem, antes de continuar a ler este artigo gostaria que você refletisse consigo mesmo por um segundo sobre isso, e tendo a SUA própria opinião formada sobre o assunto, então, prosseguisse. Dessa forma você não irá tomar a idéia de outro, mas irá refletir e debater sobre o assunto. Então vamos lá:
O dicionário nos define o medo como:
1.Perturbação resultante da idéia de um perigo real ou aparente. 2. Apreensão.
O medo é um instinto de defesa de um ser vivo. Desde a remota existência de um ser vivo e de seu primeiro contato com uma situação de perigo aparente existe o medo. Alguns “ousados” praticantes de Parkour declaram que possuem como objetivo extinguir totalmente o medo de sua vida, e tem este como seu inimigo mortal, como algo que o atrapalha, o destrói o inferioriza!
Mas eu lhe pergunto: Como seria praticar Parkour sem possuir dentro de si qualquer forma de medo? Seria realmente construtivo? Estaria David Belle ainda vivo, ou ao menos capacitado para o Parkour, se este, desde o começo de suas aventuras pelas ruas de Lisses vivesse sem medo? Bem meu caro amigo, a minha sincera resposta a estes questionamentos é que não!






E não somente ele como muitos outros traceurs já teriam tido um trágico fim durante a prática do parkour.
Imagine um iniciante, em seu primeiro treino, tentar fazer um monkey precision em uma barra molhada a 20m de altura somente por que não sente medo em faze – lo. Bem, por sua pouca experiência na prática, as chances de uma seria muito grande. Mas então pensa – se: “mas sem medo, e automaticamente com muito mais confiança, as suas chances de um êxito no movimento seriam maiores!”.
Porém retorno as perguntas: “Valeria a pena correr o risco?!”
Eu acredito que o sucesso na execução de um movimento no Parkour não depende somente de medo ou ausência dele. Trata – se de mais do que isso, trata – se de autoconhecimento do corpo, é algo sobre você saber que habilidades realmente possui, e sobre as quais deve trabalhar para que obtenha maior domínio sobre certas mobilidades de seu corpo. Isso é desenvolvimento, é por isso que treinamos e é aí que o medo entra em cena como grande amigo do traceur.
Mais do que te travar ou lhe avisar dos riscos sobre algo que você está fazendo, o medo está aí para lembrar – lhe sobre o que você ainda precisa muito trabalhar, desenvolver, crescer e evoluir. É como um amigo que está ali para lhe apoiar e dizer: “continue treinando, você precisa treinar isso”!


Então meus caros amigos traceurs, não desprezem o medo, não tentem extigui – lo de suas vidas, claro que não se deve deixa – lo dominar corpo e mente, mas ouçam seus bons conselhos e treinem!!! O medo está aí para nos ajudar, nos mostrar do que somos capazes ou do que não somos, nos proteger de nossa arrogância ou super confiança.
E com o passar do tempo, e depois de ouvir um pouco o medo(e não a covardia), nossas habilidades vão crescendo, nosso conhecimento sobre nossos limites também e onde antes o medo DOMINAVA, agora este serve apenas de consciência de que ainda somos mortais.
Então aos novatos digo: Não se culpem por sentirem medo, apreensão em fazer certas coisas, executar certos movimentos, continuem treinando. Porém também não se deixem tomar pela covardia, não se deixem vencer por qualquer obstáculo, se você possui a certeza de que a capacidade de transpô – lo está entre as suas habilidades, e que você o consegue não se permita recuar. O medo nos permite ver quem somos, porém a covardia nos faz enxergar a nós mesmos como algo que não somos!!!
E aos “veteranos” digo: Ouçam o medo, não tenham vergonha de assumi-lo, não tenha vergonha ou qualquer apreensão em assumir diante dos mais recentes na prática, de que precisa treinar mais certos movimentos. Lembre – se você não precisa provar nada a ninguém!!! Saber seus limites e ouvi-los é ser sábio, e sabedoria é sinal de maturidade!!

Autor: Jackson R. Ricardo