26 de julho de 2011

Representação gráfica.

Desde o surgimento da arquitetura, toda sua representação gráfica se fazia por desenhos a mão. Problemas com nanquim e eventuais "acidentes" envolvendo o papel hoje se tornaram apenas histórias engraçadas de um passado não informatizado. Digo isto porque hoje em dia, com toda a evolução tecnológica e com todos os avanços na área da representação gráfica,  é cada vez mais raro encontrar profissionais ou estudantes de arquitetura que de fato saibam representar suas ideias através do desenho a mão.


Antigamente, desenhar a mão era totalmente necessário para ser um bom arquiteto, afinal era o único meio que o arquiteto possuía para expressar suas ideias. Mas com a chegada do computador, surgiu outra opção de representação para o arquiteto, outra ferramenta alem dos esquadros e lapiseiras. 


Assim, em meados de 1982 surgiu a primeira versão do AutoCad. De inicio uma opção cara e um tanto inacessível devido a relação custo beneficio, não só do programa mas também do computador. Mas com o passar dos anos e com o desenvolvimento da informática, a computação gráfica se tornou um diferencial. Nesta época, meados dos anos 80/90, saber desenhar a mão ainda era muito necessário e a computação era apenas um diferencial.


Mas atualmente, o que ocorre é justamente uma inversão de valores. Saber desenhar a mão não é mais necessário, não é mais um requisito básico de todo arquiteto. Saber desenhar a mão se tornou um diferencial, sendo a computação gráfica um requisito básico e necessário. O que nós (alunos de arquitetura) vemos no dia a dia, é um mercado de trabalho que exige conhecimentos em informática, não há espaço para quem não domina a representação gráfica através do computador. 


Na faculdade os professores tentam forçar o uso do desenho a mão. Mas fora das faculdades os mesmos professores somente contratam para estagiar em seus escritórios alunos com pleno conhecimento em informática, contraditorio, mas é a realidade. Fato que é plenamente justificável, pois o computador diminui muito o tempo para realizar determinado projeto. E tempo é algo muito precioso em nossa atual sociedade.


Mas o que quero dizer, é que se antes a computação gráfica era apenas um diferencial, hoje já é realidade e requisito mínimo para um arquiteto. E se antes o desenho a mão era necessário, hoje já é tratado apenas como um diferencial. Seguindo esta ordem, acredito que em pouco tempo o domínio do desenho a mão será apenas uma extravagancia, chegando a ser desnecessário, frente aos crescentes avanços tecnológicos. 


Fica arquivada esta pequena reflexão, quem sabe daqui uns 10anos volto aqui, para constatar se de fato a computação gráfica se sobrepôs ao desenho a mão ou se ambas caminham juntas, independente dos avanços de uma computação gráfica que parece não ter limites...

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