Decidi estudar Arquitetura e Urbanismo pois acredito que tal formação oferece suporte para desenvolver tanto meus ideais pessoais de felicidade, como minhas projeções de paz e justiça para a sociedade em que vivo. Desde que me recordo, sempre tive ideias revolucionarias para mudar o mundo, para mudar as pessoas e para combater radicalmente as injustiças que diariamente se põem a minha frente.
Mas estas ideias, apesar de puras, quase sempre eram impulsionadas por um cego desejo de mudança. Isso porque meu desejo de mudar o mundo, como para a maioria das pessoas, sempre foi maior que minha real capacidade de muda-lo, coisa de adolescente que resume tudo em anarquismo, comunismo ou democracia, sem saber o quanto anárquica é a democracia e o quanto democrático é o comunismo.
Mas ao escolher estudar Arquitetura e Urbanismo, encontrei conteúdo e embasamento que de uma forma ou de outra me dão a capacidade que sempre quis possuir para mudar verdadeiramente o mundo. Digo isto pois penso que o mundo muda com as pequenas ações guiadas por pequenas ideias, e estas pequenas ideias tem influencia direta da arquitetura, da cidade e da sociedade. Podendo influir positiva ou negativamente, dependendo da ideia por detrás da arquitetura. Por exemplo, uma pessoa que vive numa cidade quente, terá ideias que tornem a cidade menos quente. Quem vive numa cidade em guerra, terá ideias de paz.
Mas o que é uma ideia alem de um conceito novo que ainda não tomou forma? Não é nada. Do mesmo jeito, mesmo que tenha uma forma esbelta, uma arquitetura não é nada se não trouxer um conceito bem fundamentado.
E para dar fundamentação a uma ideia, para dar forma ao conceito (novo ou não) que traz sua arquitetura. O primeiro passo não se baseia em representar ou projetar, como muitos equivocadamente fazem. O primeiro passo para fundamentar uma ideia é viver o conceito desta ideia, somente após viver este novo conceito, após aplica-lo no imenso laboratório que é sua vida, após sentir as mudanças que determinado conceito traz, somente após isto você terá pleno conhecimento para representar e projetar de forma coerente suas ideias inovadoras de mudança.
Por isto, no desenvolvimento da minha formação academica como estudante de arquitetura, procuro
viver as ideias que tenho, sejam elas inovadoras ou não. De nada adianta eu propor uma forma nova de transporte para a cidade, se eu não me proponho a me deslocar de formas diferentes pela cidade.
As coisas se tornam mais difíceis, novas ideias não vêem se você não faz ou procura coisas novas e interessantes. Por
ultimo, acredito que o modo mais adequado para propor novas ideias, para
ter uma ideia diferente, é viver de forma diferente. Sair da multidão e
ver o mundo por outra perspectiva, e é basicamente nisto que minha formação se baseia.
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