16 de abril de 2011

Escolha consciente.

Transporte público, automóvel ou bicicleta? Qual a sua escolha? Por quê? O que faz você escolher o automóvel ou a bicicleta como meio de locomoção? Quais são os critérios que pesam em sua decisão? Velocidade, conforto e/ou autonomia? Você já PENSOU nisso?


Bom, fiz questão de começar este texto com tais questionamentos pois raramente respondemos estas questões intencionalmente. Muitas pessoas deixam, sem perceber, que seus subconscientes as respondam, o que acaba por resultar escolhas incertas e muitas vezes desconhecidas até mesmo para quem as fez. Então, você soube responder as questões iniciais? Se não soube responder você é mais um que é dominado por escolhas incertas do seu subconsciente.

Digo escolhas incertas pois nosso subconsciente é controlado por diversos fatores que não dizem respeito ao nosso bem estar permanente. Nosso subconsciente é muito inconstante, diariamente influenciado por tendências sociais, aspectos emocionais e/ou necessidades impulsivas momentâneas.

Fatores que não criam resultados eficientes, talvez até resultem bons resultados momentaneos, mas que a longo prazo se deterioram e se mostram ruins. São as chamadas escolhas impulsivas, muito abordadas quando falamos em compras e aquisição de bens materiais. Muitas vezes as fazemos no calor do momento, sem pensar nas consequências da escolha. Estas são escolhas do nosso subconsciente, não escolhas pensadas premeditadamente.

É interessante ver que no subconsciente das pessoas há uma sequência interessante de preferências por de trás da escolha do meio de transporte, essa sequência diz respeito a conforto, velocidade e autonomia do meio de locomoção:

Primeiro: Automóvel  (mais conforto, mais velocidade, maior autonomia)
Segundo: Transporte público (conforto mediano, velocidade mediana, autonomia mediana)
Terceiro: Bicicleta, ou outro meio que envolva a tração humana ( conforto baixo, velocidade baixa, autonomia mediana)

O que quero enfatizar, é que não há para a maioria das pessoas uma escolha pensada premeditadamente quando falamos em meios de transporte. As pessoas escolhem o automóvel porque seu subconsciente as dizem que é o meio de locomoção mais eficiente, mais confortável e com maior autonomia. Ousam até dizer que o automóvel é o meio de transporte mais prazeroso. Fecham os olhos para o caos que iram enfrentar diariamente nas cidades engarrafadas. Por quê?

Simples. Porque as mídias televisivas vendem para o nosso subconsciente um produto que parece ser independente das ruas e cidades, um produto que independe da quantidade já existente. Vendem um produto perfeito e independente, o que nitidamente não é verdade.

E como muitas pessoas não pensam premeditadamente(ou pensam premeditadamente somente no valor gasto na compra), acabam por comprar automóveis e se locomover de uma forma desagradável. Por fim, passam horas e mais horas parados no trânsito, culpando a sinaleira, o barbeiro do lado, o governo que não faz mais ruas. Passam diariamente horas e mais horas reclamando do mundo, quando na verdade deveria reclamar unicamente da escolha equivocada feita pelo seu subconsciente.


E estas escolhas equivocadas do subconsciente não se aplicam em escolher somente o automóvel, muitas pessoas(como eu) escolhem o ônibus para um curto trajeto pois acreditam ser melhor que pegar a bicicleta e ir pedalando.

Pois bem, vou exemplificar a minha situação em relação a ônibus/bicicleta. Para ir de casa até a faculdade de ônibus, eu gastava em média 45min pra ir e 45min pra voltar, ao fazer este mesmo trajeto de bicicleta eu passei a gastar 10min pra ir e 10min para voltar. Meu grande problema, que me fez resistir à bicicleta durante anos, foi o esforço que é necessário fazer para se deslocar. Acordar de manha e já pedalar não era algo que me agradava.
Engano do meu subconsciente. Muitas vezes eu pegava onibus lotado, apertado, demorado e cansativo. Com meu subconsciente me dizendo ser a melhor escolha, mas na verdade o dia estava perfeito para pedalar e sentir a brisa surrar a cara. Ao aderir a bicicleta, pego manhas agradáveis, com clima bom, onde escuto uma boa música, onde não fico parado esperando.

Eu diria que foi uma mudança perfeita, usar a bicicleta ao invés do onibus. Mas se eu fizesse tal afirmação estaria sendo leviano, talvez guiado pelo meu subconsciente. Em um mês usando bicicleta já furei meu pneu e tive que empurra-la, já peguei dias de chuva que não pude contar com minha bicicleta, já suei muito voltando meio dia para casa. Enfim, não é uma escolha perfeita. Mas não cabe a nós buscar escolhas perfeitas, devemos colocar na balança e pensar no que é mais vantajoso. Buscar uma escolha perfeita é coisa do nosso subconsciente, e já sabemos do que ele é capaz. Devemos pensar, premeditar!

Para mim, após pensar, refletir e experenciar as alternativas. O melhor foi usar a bicicleta. Não que eu não vá me preocupar, ou que eu não vá passar apuros como quem esta dentro do ônibus ou dentro do carro. Mas a grande diferença é que estes seram apuros premeditados, tenho ciência dos problemas de usar a bicicleta como transporte e sendo assim já sei como contornar tais problemas. Meu subconsciente continua me dizendo outras alternativas, talvez um carro ou uma moto. Normal, impossível eu não ser influenciado pela sociedade e mídia que me cercam. O que não é impossível é eu separar meu inconsciente do meu consciente, e assim fazer as boas escolhas pensadas premeditadamente.


Veja bem, não quero dizer aqui qual o melhor ou pior meio de locomoção para você. Quero apenas mostrar um ponto de vista diferente em relação aos nossos atuais meios de locomoção. Quem vai decidir o que é melhor ou pior para você são suas escolhas pensadas premeditadamente, e estas só podem ser feitas por você.




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