22 de setembro de 2010

Instantes.

É um dia comum, rotineiro e monótono. O vento sopra, ao longe vejo os carros, as pessoas. Todas entretidas, incompreendidas em seu vazio interior, vivem iludidas. Com suas inadiáveis necessidades, no hoje pensando em amanhã.

Sigo meus passos observando a incessante energia do espaço, uniforme, infinito, constante. Respiro fundo, meu corpo pesa, pondera. E como um despertar tardio de segunda feira, um abismo interior me atormenta, me contesta, condena. Corpo e mente, meu abismo. 

Meu corpo parou, tento agora romper a inercia do instante e sair em movimento. Mas meu corpo parou, agora estou onde não deveria mais estar. Pensamento toma conta. Me observão, riem, me questionam, duvidam. Meu instante se passou. Tudo desvia minha atenção, e nada acontece.

Sinto a brisa surrar meu corpo enquanto esculpe um singular movimento com as folhas que agora caem ao chão, tudo se move, eu não. Os pássaros voam, o presente torna-se passado, a agua cai, o futuro se foi, o agora já foi, mas eu não fui. Eu não vou.

Permaneço parado, meus pensamentos não. Foco meu olhar, meu objetivo é agora, a vida é agora, preciso me concentrar. Eu busco, quero viver este instante, sem pensar e sem planejar. Fazer é o presente, planejar é o passado. Mas penso, questiono infinitas hipoteses e possibilidades. Sinto a vibrante energia que me circunda, estou vivo, mas não agora, este instante passou e com ele parte de minha vida. Tento não pensar, tento não querer, eu vou fazer. Vou fazer.

Olho para trás e vejo a água corrente. Inanimada, fingindo viver cada instante como sendo o único e ultimo. Tudo some e não vejo ninguém, a água corre e tudo some. Eu e a água, um só elemento em um só instante.

Penso na água, em seu constante e fluente movimento. Fecho meus olhos, não escuto nada. Abro meus olhos e não penso em nada. Sinto-me agora como parte da energia que antes apenas me circundava, agora a água corre, eu então corro.


Este instante é meu. Os pássaros, as águas, as folhas, as pessoas e as duvidas, tudo se torna nada neste instante. Agora, no futuro passado, repousa em minha memoria instantes assim, curtos e infinitos . O movimento das águas, o bailar das folhas, a brisa em meu corpo. São instantes que foram e me levaram, que vivo, vivi e pertenci. Assim como quem vive uma vida em instantes. Em apenas uma fração de segundos, vivo uma vida.


-LeandroLudwig

4 comentários:

Anônimo disse...

Cara muito massa o post. Me senti como se estive-se presente no momento observando tudo...
Acho fantástico quando agente consegue realizar um movimento que agente pensa que vai dar errado. Assim que agente finaliza o movimento, é como se fosse a coisa mais fácil do mundo, e todas as teorias de queda são apagadas da memória...
Abração e boa sorte ai nos treinos!

Alexandre Narciso disse...

massa,questão de raciocínio abraço

Rachacuca disse...

E aí, Leandro.
Td certo?

Cara, se permite, queria sugerir que vc habilitasse a exibição de mais de um post por página.
Acho q facilita pros leitores do blog.
Oq vc acha?

Continue postando.

Bons treinos.
;)

B.Rachacuca.

LeandroLudwig disse...

E ai Ruda! Tranquilo cara!? Tipo, nesse texto eu quis passar a sensação de alguns instantes que recentemente vivi no parkour. Não sei se pareceu, mas a idéia que tentei passar é que ali naquele instante eu não poderia pensar em nada, se pensasse o instante ja teria passado...Foi meio que um duelo, meu com minha mente...Mas o principal é que neste tipo de instante não se pode ter aquele pensamento de medo de errar...Pensar em errar já é errar...Não sei se entendesse o que eu quero dizer? ^^

Valeu cara! Bons treinos pra ti tbm! o/


Fala Rachacuca!

Pow, ainda to sofrendo efeitos positivos do encontro mineiro cara! Produtivo pra caramba...o/

Já mudei ali as postagens..Realmente com um texto só fica complicada a visualização do leitor...

Valeu pela atenção cara! :)

Abraços!